Estamos vivendo em um mundo com características nunca antes experimentadas pelo homem. A velocidade das mudanças é tanta que mal conseguimos acompanhar as nossas próprias áreas de conhecimento. Produzimos tantos dados em um ano como foi produzido durante toda a história da humanidade. Além disso tudo precisamos nos manter relevantes em um ambiente de trabalho cada vez mais competitivo, lidar com as aflições da vida moderna, as expectativas da sociedade, o aumento do custo de vida e tantas outras coisas.
Diante de tantos desafios, tantas demandas e tão pouco tempo para nós mesmos, algumas habilidades essenciais ficam esquecidas, negligenciadas. Isso aconteceu tanto por uma construção social, mesmo que involuntária, como por que diante de tanta complexidade é difícil identificar o que é importante.
Eu considero que a criatividade é uma característica essencialmente humana, e que portanto, todos somos criativos. Porém, essa é uma das habilidades que foi consecutivamente não estimulada durante anos. A nossa sociedade moderna, pelo menos a ocidental, se desenvolveu nos últimos dois séculos privilegiando a gestão, a ordem e precisão.
Em um mundo de números, que demanda previsibilidade e rigidez, a característica caótica e flexível da criatividade fez com que ela fosse criticada, julgada e deixada de lado, ou até renegada. Ficamos encantados com a possibilidade da previsibilidade do pensamento linear em detrimento do pensamento lateral.
“Muito legal ser criativo, mas eu não tenho tempo pra isso no meu trabalho”.
A criatividade está na essência do indivíduo, já que nós não somos regidos por razão e lógica e sim por emoção e sentimento. O pensamento da razão vem depois de tomada uma decisão, como forma de criar uma narrativa, para gerir sentido naquela decisão. Precisamos de sentido. Temos medo do desconhecido. Temos medo dos resultados de nossas ações, de nossas decisões, por isso preferimos nos apegar ao previsível, ao repetido.
Nossa personalidade é um trato dependente da nossa capacidade de reconhecer que nossas histórias são diferentes e que podemos imaginar quem queremos ser. Sem a criatividade e capacidade de imaginar a nossa própria história, com base na nossa própria identidade e experiências, ficamos dependentes da capacidade do próximo de criar uma identidade, o que gera infelicidade.
Além dessa infelicidade, a complexidade do mundo é exponencial. O pensamento lógico não é mais suficiente para lidarmos com os desafios atuais. Precisamos atualizar nossa caixinha de ferramentas e a criatividade é o canivete suíço, por que ela é essencial no processo de transformar conhecimento em ideias e ideias em soluções tangíveis para os desafios que vivemos.
Criar é uma habilidade natural do ser humano. Até quando vamos negligenciar a nossa capacidade de imaginar um mundo melhor?
E vocês? O que gostariam de saber sobre criatividade? Comentem no post abaixo, eu lerei todos os comentários.
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